Isso aqui é trabalho meu filho !?!?!?

Ahhh essa viagem é longa, longa, mas tá só na metade então nem pensa em parar, porque agora o trem tem andando em um ritmo diferente, sim tem, começaram as experimentações, que são a parte fundamental da estação ancora!

Ah é, me desculpem, eu esqueci de avisar que a gente partiu da estação Trama e agora chegou no território da estação Ancora, sim a estação do conhecimento especifico, aprofundado, com a ajuda de um profissional especializado, um profissional que atua como se fosse a Central de Operações, dando coordenadas especificas para os jovens seguirem firmes na nossa viagem.

O papel do maquinista é outro, por isso vocês vão me ver menos por aqui, uma vez que eu me encontro somente as terças feiras com os jovens e a viagem no nosso trem acontece sempre nesses dias, nos outros dias, os passageiros estão fazendo um outro trajeto com outras pessoas em um anexo do trem.

Façamos assim: nesse relato eu falarei especificamente sobre o trem, em seguida faço um especifico dos jovens e de suas viagens particulares, também conhecidas como experimentações!

Todas as terças feiras no primeiro momento logo após tomarem café no trem, os jovens se reunem com os grupos que fazem suas experimentações e fazem o relato escrito e oral de como essas experimentações estão ocorrendo, todavia, como outrora foi dito, esses relatos estarão em posts especificos, esse parenteses foi somente para lembrar-los que essa atividade ocorre todas as terças feiras.

Na terça feira, dia 28 de junho começamos a trabalhar no trem e já que os jovens estão num periodo de experimentar novas técnicas, muitas delas com perspectivas de ajudar em uma possivel entrada no “mercado de trabalho” vamos discutir o que é o trabalho e qual sua importancia, ou melhor: o trabalho é um meio para conseguir algo, ou um fim em si mesmo?

Para tal atividade fizemos o seguinte pegamos os seguintes textos:

1) O valor da transformação – Maria Fátima Olivier Sudbrack.

2) A erosão do trabalho – Ricardo Antunes

3) Reestruturação Produtiva: O jovem no mundo do trabalho – Roberta Augustinho da Silva

Os jovens se dividiram em grupos e receberam os textos, cada grupo um texto diferente, onde deveriam apresentar o texto respondendo a pergunta.

No texto 2 os jovens disseram que existem várias formas de trabalho, que não ter chefe é a melhor coisa e que o trabalho é um meio, mas as vezes se torna um fim, devido a explorações sofridas pelos trabalhadores.

No texto 1 foi dito que o consumismo influencia muito no trabalho, que não existem muitas oportunidades para os jovens e quando essas aparecem são de baixa remuneração, mas que o trabalho é um meio para conseguir uma coisa.

Já no texto 3, que foi dividido em 2 partes, apareceram informações referentes a baixa renda, poucas oportunidades de trabalho formal, em busca de independencia os jovens ocupam muito o mercado de trabalho autonomo, os chamados bicos e ressaltaram a importancia dos estudos nas escolhas. O trabalho pode se tornar um fim quando serve para suprir as necessidades, ou é fruto de uma má escolha.

E em meio a essas considerações deu-se uma discussão densa sobre a participação dos jovens no mercado do trabalho e qual a finalidade do trabalho na sociedade.

Na terça feira dia 05 de julho fizemos uma dinamica para entender o valor do trabalho e da produção do trabalhador, uma dinâmica que da uma pequena volta para chegar na conclusão esperada.

1 – Cada jovem escolhe uma profissão (ficar atento para a diversidade de profissões), depois cada jovem produz um crachá com o nome de sua profissão;

2 – Juntamente com os jovens montar um grande Super-Mercado com diversas mercadorias, principalmente as mercadorias mais consumidas por eles. (escrever em filipetas coloridas os nomes das mercadorias e pregá-las na parede, lousa, simbolizando os departamentos de um super-mercado);

3 – Dividir a turma em grupos simbolizando famílias (pai, mãe, filhos);

4 – Hora das compras – Solicitar que as famílias comprem no “super-mercado” tudo aquilo que necessitam para a sua subsistência.

5 – Depois das compras, cada família irá analisar as mercadorias compradas e a partir da mercadoria fazer uma rápida pesquisa:

– De onde vieram as mercadorias antes de chegar ao super-mercado?

– Que tipo de trabalhador produziu aquela mercadoria?

– As profissões escolhidas pelos jovens coincidem com as dos trabalhadores que produziram as tais mercadorias?

– Qual a importância desse produto para a vida do trabalhador?

– Será que trabalhador que produziu essa mercadoria consegue adquiri-la por um valor acessível?

Para dar um suporte visual a discussão, iriamos assitir ao curta A historia das coisas, porém, como tinhamos pouco tempo e tivemos que dividir em grupos para ver o curta, passamos o nacional  Ilha das Flores.

No fim da dinâmica os jovens pensaram nas profissões que eles escolheram e se o que se paga por elas é justo, ou melhor o que se paga nos serviços por eles (profissonais) produzidos é justo. Após muita discussão conversamos sobre como as coisas recebem valor (sem entrar na discussão do Karl Marx, infelizmente).

Na terça feira dia 12 de julho dividimos a viagem em duas etapas, na primeira os jovens trabalharam individualmente, na segunda em grupos, o tema era Mundo do trabalho x Formação e os jovens tinham que responder a algumas perguntas:

O Trabalho define a formação ou a formação define o trabalho?

Quais as opções de estudar para ter uma profissão existentes?

Quais as opções de estudar para ter uma profissão existentes no bairro?

Quais as opções de trabalho existentes?

Quais as opções de trabalho existentes no bairro?

O que eu preciso estudar para ser o que eu sonho?

Após responderem essas questões os jovens se juntaram em grupos e fizeram diversos paineis com as profissões pensadas, onde se pode trabalhar e do que é possivel trabalhar no bairro. Cade essa produção? Ela não foi apresentada para não influenciar a produção dos jovens da turma da tarde, portanto manten-se o suspense e por aqui, como diz um cara mais que campeão, continua a viagem, porque apesar de parecer um passeio, “isso aqui é trabalho meu filho”

 

beijos

 

Fernando Cruz